segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Coragem, filho, já falta pouco!



O tempo passa, certo do seu ritmo e da influência que tem no Homem e nas coisas! Este mês o espaço tornou-se infinito, comparando o colo dos pais e aquele lugar estático perto dos brinquedos com o mar de madeira e azulejos que cobre o chão da nossa casa e onde adoras navegar, sem rumo, à deriva.

Aos poucos, e só de vez em quando, os pés ancoram nesse mar, as pernas tornam-se firmes mastros e abraçam o equilíbrio e, por momentos breves, as mãos estão livres para voar, longe dos tão familiares apoios nas diversas ilhas que interrompem esse infinito. São segundos, bem sei, mas entre um sorriso comovido, vemos imagens que parecem durar...

---//---

O João está a crescer, quase a andar, quase a falar as suas primeiras palavras (já se percebe um 'olá' embora ainda dito na forma 'adá') e todos os dias sabemos melhor quem é 'o João', o que o nosso filho gosta, o que o faz rir, chorar e pasmar, o que o acalma, o que o faz demorar mais tempo a adormecer... todos os dias o João nos conhece melhor e, sempre com uma expressão provocadora, vai testando os seus limites procurando levá-los para mais longe.

Todos os dias são mágicos, mas o dia de hoje foi especial - esteve a brincar na areia do parque, a descobrir as cócegas da sílica fria e húmida nas mangas do casaco, a apertar e estalar as folhas secas que as árvores dispensaram !... O João está a crescer, a tornar-se um menino e a despedir-se do bebé que recebemos há dez meses e meio nas nossas vidas.

Vêm novos tempos, novos ventos, novos rumos. Terás novas aventuras e experiências que jamais pensaste existirem. Terás nos dedos as texturas das coisas, nos olhos a ilusão de novas cores e novas formas, nos lábios a poesia dos sons e descobrirás em pouco mais de dez meses a magia de andar, vertical, libertando as mãos do chão e poder olhar para a frente sem ter de levantar a cabeça. Será esta a tua nova fase, o teu novo desafio, mas tens, e sabes que sempre terás, para sempre, o nosso apoio, o nosso mimo, a nossa presença, os nossos ombros para rir, chorar ou simplesmente adormecer.

Dorme bem, vais precisar de todas as forças!

domingo, 23 de dezembro de 2007

BOAS FESTAS



Mãe, Pai, já posso sair deste postal de Natal ?!?

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Conversa de electricistas

- É, pá! Ficámos sem luz!...
- Não te preocupes! É só uma fase!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Está decidido!!

Está decidido!!
«Minhas senhoras, meus senhores, está decidido!

Em dias de chuva como o de hoje, será decretado dia de folga nacional.

Papá!, Mamã, podem ficar em casa!»

Mamã: Bravo!! Bravo!! Bravo!!
Papá: Hip, hip, hurra!!!
João: Clap clap clap clap!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Dois mais dois ... quatro

Dois mais dois ... quatro
Hoje o João mostrou-me os seus dois dentes em cima, dois incisivos poderosos que, como as raízes das árvores, abrem caminho por terras e pedras sem pedir licença sem perdão.

Juntamente com os dois, já familiares, dentes em baixo, adivinha-se um força roedora sem dó nem piedade. É desta que o rapaz vai rebentar, de tão gordo!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Gatinhando

Miau!........
2007.11.19 19h26 @
Casa, Lisboa

sábado, 17 de novembro de 2007

Dedos curiosos

Teste de a-pegar :)

Aos poucos os dedos vão conhecendo novos tamanhos, pesos, texturas, temperaturas (e/ou condutibilidades térmicas) diferentes. Da infinita variedade que nos surge no dia-a-dia, uma simples caruma tem, e sempre terá!, o seu encanto - é leve, fina, elegante, esbelta, fácil de segurar e, como bónus, ... pica!... uma nova sensação, entre a dor e a descoberta, entre o prazer da experiência e o medo da repetição.

Hoje, no chão do parque, contemplei o cientista, o curioso, o descobridor de hoje e de amanhã, embrulhado numa pele de bebé cheia de roupa para vencer o frio que anuncia o Inverno.

É tão bom ser pai!... :)

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Nove meses, uma hora e uns minutos

Mmmmaammmma

As palavras começam a formar-se, juntando às vogais abertas os mais naturais nasais "mmm" e "nnn" com os difíceis "pês", "bês".

As pernas sustêm o corpo cambaleante por mais do que uns segundos.

Surge a intenção de falar, comunicar, fazer-se ouvir.

Surge a locomoção, ainda ao estilo "gatinhar".

Há mais tempo "cá fora" do que "lá dentro" o pequeno João lembra o dia em que nasceu e, orgulhoso, agradece e dá os parabéns à Mamã!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Auto-retrato

Click! Já esta!
2007.06.30 12h27,
Casa

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Como o tempo passa!...

O João tem quase 9 meses. Não tarda está há mais tempo "cá" fora do que "lá" dentro.

Como o tempo passa!...
2004.11.18, 18h00 @
Londres, Inglaterra

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Chuche-mate

Peão para D4 e...
2007.10.27 11h35 @
Pousada de Nossa Sra. da Assunção, Arraiolos

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Rir, porque sim!

Rir porque sim!

Uma cara desconhecida riu-se para mim. Sorri de volta. O sorriso que tinha perto de mim foi tomando uma forma mais intensa, menos estática, oferecendo aos lábios uma tremura espásmica, oriunda de um diafraga louco, selvagem. Imitei-o, sem saber porquê, sem sequer me perguntar se devia acompanhar este galope ou se tal fazia sentido.

E então o meu sorriso riu-se, descontrolado, e por instantes vivi ainda mais feliz.

sábado, 13 de outubro de 2007

Agarrar todas as oportunidades

Agarrar todas as oportunidades...

Todos os dias, sem excepção, sinto o previlégio de partilhar com a Ana as peripécias e novidades das descobertas do João; sinto a sorte de cheirar e saborear a Felicidade em gomos delicados, finos, mas muito, muito doces.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Porta-te bem

Tunísia, 2005Num palácio um corredor tem 1000 portas. Estão todas fechadas. 1000 empregados passam pelas portas e mexem em algumas delas - abrindo-as se estiverem fechadas e fechando-as se estiverem abertas. O primeiro empregado abre todas as portas, o segundo fecha as portas de duas em duas, o terceiro mexe as portas de três em três, e por ai adiante.

Quantas das 1000 portas ficam abertas depois do 1000º empregado passar?

E que portas são?



P.S.: se houver quorum, esta será a primeira de muitas charadas...

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Timeline - book over!

Ontem fechei o livro Timeline do Michael Crichton (1999), com a imensa satisfação que se sente ao terminar uma boa leitura. Após noites e noites a apurar os pormenores, a saborear o fluxo de palavras e de intenções do autor, sente-se uma infindável admiração pela obra, que se transforma então numa obra de arte, numa referência.

Michael Crichton combina ingredientes aparentemente imiscíveis e transforma-os num perfume viciante, asfixiante, sensual. No presente livro surgem temas tão recentes como a física quântica aliados à história medieval, numa viagem entre universos paralelos mas com idades diferentes. E, como sempre, numa hábil perícia literária, num estilo algo novelistíco, cada capítulo fecha em suspense, obrigando a uma leitura compulsiva, interminável.

Ontem, por fim, tirei o marcador do livro e agradeci ao autor pelas horas que não estive em frente do televisor e pela companhia que o Professor Johnson, o André Marek, o Chris e a Kate me fizeram nas curtas viagens de comboio até Carcavelos.

P.S.: apesar da imensa capacidade de publicar livros (vide http://www.michaelcrichton.com/books.html), os que li são, sempre marcantes. Faltam-me muitos outros; a partir de agora lerei todos em inglês, procurando beber, desta forma mais "directa", a narrativa do autor.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Há uns mais iguais que outros

Faz amanhã dois anos...

Pela primeira vez o Manel viajou num avião - gostou!, ou melhor, adorou!

Chegados a Amsterdão, as diferenças estavam descaradamente presentes, mostrando em gestos simples como um povo consolidadamente multicultural vive numa cidade "inundada".

Uma viagem que "fica", para sempre!

(...)


«Estou farto destes peixes!! Vou queixar-me ao senhorio!"



«Ontem passei à porta de tua casa, mas estava com pressa.»



«Olha-me aquela morenaça ali!»



«Quando ela me vir chegar ao volante desta bomba!...»



«Ovos, leite, arroz... acho que tenho tudo!»



«Adeus, voltem sempre! Boa viagem de regresso»

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Curiosidade global

Adicionei uma janela (à direita) que permite saber de onde é que as pessoas lêem o Caneta Digital!

Estou curioso, confesso!...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Foto-dilema homem-máquina

Ontem estive a ver fotografias tiradas por mim e pelo Faustino no
casamento do dia anterior. É sempre intimidador e simultaneamente
empolgante estar a ser avaliado pela qualidade do nosso trabalho,
ouvir quem perde o seu tempo a ensinar-nos a chegar mais perto do
'nirvana'.

No primeiro casamento que fotografei com o Faustino ele disse uma
coisa interessante - «aproveita para experimentares coisas novas,
estás com as 'costas quentes'». E assim fiz! Experimentei, testei e
com isso aprendi! No Sábado fiz o mesmo, mas com menos sucesso. Os
resultados foram abaixo do (por mim) desejado, falhando
enquadramentos, exposições e afins.

(Re)Aprendi o que já sabia - tenho muito para aprender. E aprendi
outra coisa... a minha já velhinha D100 tem muito mais para dar caso
eu saiba tirar melhor proveito dela - e tenho vindo a aperceber-me que
ainda não sei quase nada mesmo... Por isso... a D300 terá de esperar.
Não vou nem quero investir em «tirar más fotografias com maior
qualidade!», como disse ao Faustino no último Sábado. Hei-de
merecê-la, quando a máquina for o limitador da minha fotografia ou
quando o sensor for tão melhor que os resultados da D100 parecem uma
velha imagem 'sépia', desgastada pelo tempo.

Até lá muitas fotografias e muitas críticas hão-de tornar-me melhor fotógrafo.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Pós click

Ainda outro dia, a falar com o Faustino, numa das tantas conversas sobre fotografia e como fotografar, foi dito que "fotografar é só metade do trabalho".

Estavamos a falar no trabalho de ser fotógrafo, na arte de deixar no mundo fotografias, imagens, pigmentos no papel ou nos monitores dos computadores. Metade deste trabalho, desta arte, fica pronto no final do primir o botão do disparo, sendo a segunda metade o escolher, filtrar, tratar, reparar, melhorar com as ferramentas disponíveis aquilo que a fotografia pode e deve, aos olhos do seu autor, mostrar, revelar.

(...)

Depois de um dia de trabalho, de tantas horas sentado em frente ao computador no escritório, corro para casa, abraço e beijo a Ana, abraço e beijo o João - brinco com ele com sons estranhos que lhe provocam sorrisos, atiro-o ao ar e fico a vê-lo rir de excitação - damos-lhe banho, damos-lhe de jantar e jantamos. Depois do João adormecer, lá pelas dez, dez e meia, procuro ter forças para voltar a sentar-me em frente do computador para então fazer a "segunda metade". Nem sempre, aliás, quase nunca consigo!... Bem... quase nunca conseguia!...

Nas duas últimas semanas tenho tido maior vontade, maior desejo de ser fotógrafo por inteiro - leio mais artigos e críticas sobre técnicas e fotografias, levo mais frequentemente a máquina para a rua sem motivo aparente, fotografo mais objectos e pessoas desconhecidas, tentando melhorar o disparo, o sentido de oportunidade, o enquadramento instantâneo, a selecção dos melhores parâmetros na máquina, etc. Com essa mesma vontade tenho conseguido descobrir energia para fechar o ciclo, fazendo a tal triagem e tratamento das muitas fotografias tiradas e construindo, no final, álbuns (webalbuns, na verdade) que depois partilho com outros.

As festas de aniversário dos meus sobrinhos Gonçalo (2 anos) e Manel (4 anos) foram não só os pretextos mas também os motores para tal estímulo pois, rodeado de crianças, sinto-me sempre com mais energia, incapaz de assumir perante pequenos seres em permanente correria o que é o cansaço.

(...)

Deito-me, como hoje, por vezes até mais tarde, exausto, mas também vitorioso, orgulho do trabalho concluído, de ter esforçado para oferecer as minhas melhores fotografias e de ter dado mais um passo neste mundo, esse mundo imenso da imagem instantânea, composto por dois hemisférios, duas metades.

domingo, 16 de setembro de 2007

Parabéns... a nós! :)

Casamento - 2006.09.02 - AlbufeiraFez hoje um ano que festejámos na Ulgueira o tão repentino desejo de celebrar a nossa infinita união... Tínhamos casado quinze dias antes e, nesse dia quente e vestido de Sol, dançámos, cantámos e bebemos por nós, pelo João-Barnabé e pelos tantos familiares e amigos que partilharam connosco esta transbordante alegria.

Fez hoje um ano que te cantei uma música... e cada vez ela faz-me mais sentido...

«I want somebody to share
share the rest of my life,
share my innermost thoughs,
know my intimate details»

Fez hoje um ano que os nossos amigos nos ofereceram tanta e tanta música, ensaiada e cantada com um carinho inesgotável (e hoje tivémos a oportunidade de re-ouvir "a música" do nosso casamento - obrigado, grandes amigos!!!)

Mas o melhor de tudo é saber que, com tantas alegrias que me tens dado - são tantos os sonhos!, é tanta a poesia! - , ainda me reservas uma vida repleta de surpresas, de Felicidade, de Paixão e de Amor.


Espero estar à altura do desafio... de te fazer igualmente FELIZ !....

sábado, 15 de setembro de 2007

Faz hoje um mês...

João com seis meses
2007.08.15 20h45 @
Casa, Lisboa

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

João com 7 meses
2007.09.14 19h52 @
Casa, Lisboa

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Auto-focus

Trovejava lá fora, na rua, para lá dos vidros e paredes que nos fazem esquecer como é bom sentir a chuva a tocar-nos a pele. O João, abraçando a mãe, ambos sentados no sofá, reagia levemente aos estrondos que corriam desde o relâmpago até nossa casa. Levantei-me, espreitei através do vidro, apenas ocasialmente molhado pela ausência de vento, e nesse mesmo instante o céu ficou azul, claro, intenso e brilhante, como se não fosse ainda noite cerrada.

Mais uma noite de trovoada... ou talvez não! Hoje abri a janela, estendi a mão, senti a chuva, e senti o desejo de agarrar os raios de luz que, provavelmente, continuariam a surgir por alguns minutos. Com máquina, objectiva e tripé colei-me à janela aberta para melhor ver o mundo - o frio e o barulho, contudo, levaram a Ana e o João para o quarto, não muito longe mas muito mais sossegado.

Foquei o infinito, brinquei com a exposição, rodei os comandos da abertura e diafragma até encontrar no pequeno visor a luz que melhor representava o momento. Enrosquei o cabo de disparo e, sem tocar na máquina, ofereci ao sensor os poucos milhões de fotões que continuavam acordados.

Escolhido o enquadramento, distância focal, e todos os parâmetros da máquina, fixei o cabo de disparo e assim obriguei a máquina a disparar continuamente, captando sucessivos períodos de trinta segundos, através do mais apertado quasi-círculo da objectiva ... «raios me partam se não apanho um relâmpago».

Raios me partam
2007.09.11 21h55 @
De casa, Lisboa

(...)

Encontrei-me na fotografia há muitos anos, encondendo atrás da câmera e película o desejo de revelar o Mundo, ou melhor, 'um' mundo visto e vivido por mim. Enquanto um livro ou uma gravura podem ser imaginados, uma fotografia tem de ser presenciada pelo fotógrafo, alguém tem de "estar lá" no momento certo, com o olhar certo. É com esta curiosidade que ainda hoje observo muitas fotografias, não observando apenas as duas dimensões da impressão mas construindo um momento em perspectiva desde o fotógrafo com a sua máquina até ao infinito que a imagem possa transmitir.

Mas embora tenham passado muitos anos desde a minha primeira fotografia, sinto que estou a acordar, a começar de novo, a deixar-me levar pelo impulso de fotografar e a procurar nos contornos do quotidiano fragmentos de imagens que me mostram que sou!

(Aos poucos vou fazendo sentido!...)

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Endechas a Berbere escrava

Nunca mais são cinco!...
2005.07.07 14h10 @
Deserto, Tunísia

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Sete lagostas a um osso

Solar dos Presuntos, Lisboa

2007.03.25 00h23 @
"Solar dos Presuntos", Lisboa, Portugal

Nota: foi aplicado um balanço de brancos manual sobre toda a imagem antes de tirar a fotografia - é curioso como o algoritmo encontra "espaço" para todas as cores !...

Renascer dos cinzas (e das cores)

Hoje fundi três blogs dispersos (*) na Caneta Digital - um deles a própria Caneta que andava com pouca tinta; os outros incluiam um relato visual do Mundo (Blogo Terrestre) e os disparates do dia-a-dia (Blog, James Blog).

Cada um deles falhava em algo essencial... atenção, actualização e dedicação. Espero, nesta fusão que não ameaça postos de emprego, enriquecer o conjunto dos meus ensaios, da minha visão do mundo e das minhas ideias loucas, tudo misturado ao sabor e tempero dos dias (hum... será que ainda vou ter posts sobre culinária?!).

Para organizar esta miríade de assuntos existem etiquetas ('labels' p'rós de fora!) como "Fotografia", "Blogo Terrestre", "João", entre outros, que filtram as mensagens e assim permitem espiar os posts de um mesmo tema.

Até breve e boas "viagens".

(*) Obrigado Faustino pela dica... faz, sem dúvida, mais sentido!

Quem vem lá ?...

Espero que seja um endireita!...
2005.07.07 16h23 @
La Pedrera, Barcelona, Espanha

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Feliz despertar !...

É um privilégio viver contigo, acordar ao teu lado e dar-te os parabéns logo de manhã, enquanto te vejo acariciar e alimentar o nosso filho.

Parabéns, Querida Ana.

Contigo...

Faz hoje um ano que saí de manhã, e trouxe para casa um presente que andava a crescer dentro de mim, tal como o João já crescia dentro de ti. Esperei até de noite. Embrulhei o meu presente num anél de ouro branco e, minutos antes do dia findar, pedi-te em casamento - abracei-te, choraste, disseste "sim". Ficámos acordados a escolher a data da celebração, a esboçar a lista dos convidados do casamento e a festejar mais uma confirmação que estávamos apaixonados.

Mês e meio depois, com o corpo a denunciar os primeiros sinais nos finos e justos vestidos de Verão, assinámos - em Albufeira - o sonho de sermos eternamente felizes, numa jura pública que vivi de forma tão íntima, tão intensa que ainda hoje sorrio (para sempre o farei!) ao recordar a tua cara de menina, envergonhada, ao denunciares no meu nome a tua eleição para a Vida. Ao final da tarde, na "Cebola Vermelha", fiquei a olhar para ti, vestida de Deusa, e sonhei com o nosso filho.

Deixámos voar quinze dias e marcámos na Ulgueira, de uma forma assumidamente nossa, a celebração simultânea do nosso casamento e, ainda mais importante, da minúscula vida que projectámos construir. Bebemos, comemos, dançámos, cantámos, dançámos mais um pouco, rodeados de todos aqueles com quem partilhamos a nossa vida, os nossos dias, as nossas ideias e projectos. Ouvimos os nossos amigos tocar e cantar para nós, provámos os bolos feitos a pedido, voltámos a dançar em roda-viva, tudo no nosso terreno, na nossa casa, no espaço que cada vez mais nos prende e seduz. Cantei para ti, celebrando a sorte de as nossas vidas nos terem juntado quando já estávamos preparados para nos conhecer (e celebro esta mesma sorte todos os dias!).

A seu tempo rumámos ao Norte, procurando, num lugar não muito longínquo, o retiro necessário de todos os preparativos e emoções recentes. Numa curta e relaxante semana, conhecemos alguns lugares especiais, banhados pelo Douro, longe do mundo. O João, cada vez maior, afirmou a sua presença como se estivesse a ser carregado ao colo, pesando sobre a mãe os primeiros sinais da missão que te (nos) esperava. Os dias foram passando e fomos sendo magnetizados para a paternidade e maternidade, sempre de forma apaixonada mas também receosa, curiosa e ansiosa.

(...)

O João, para facilitar o vindouro trabalho de parto, reduziu o ritmo de crescimento (presente envenedado de aniversário), obrigando-te a ficar de repouso absoluto, em casa, sózinha. De noite contavas-me o teu dia - eu lia nos teus olhos o receio pela saúde do João contrastado com a imensa vontade de sair de casa, de fazer a vida normal ao invés de viver encrustada ao sofá ou à cama. E foram trinta os dias de repouso forçado, violentamente pesados e inertes, assustadoramente longos, na incerteza se suficientemente benéficos para o João. Pela primeira vez não estava tudo bem, não estavamos despreocupados, relaxados. Pela primeira vez alguém estava muito acima de nós.

(...)

De manhã passeámos junto ao rio, fazendo horas para voltar à maternidade e verificar os sinais de parto. Em cada dez passos paravas meio minuto para recuparar o fôlego, como se estivesses a descansar entre maratonas - ainda me lembro de te tentar ajudar e de pedires para me afastar, para te deixar respirar. De malas no carro, estavamos prontos para começar, não sabendo bem o quê...

«Já tem um dedo de dilatação e colo [do útero] apagado». Neste jargão clínico soubemos que já não íamos voltar a casa nesse dia, que íamos ficar ali mesmo, à espera de ver o nosso filho chegar. As dúvidas voltaram, os medos acordaram da hibernação invernosa envoltos numa estranha felicidade de querer conhecer o nosso filho, o pequeno ser invisível com quem falávamos, a quem cantávamos e que já estava rodeado de mimo e amor. Deitada, penaste dores que jamais sentiras, numa curta infindável hora de violenta adaptação do corpo hospedeiro para o corpo parteiro. Foste então anestesiada e escondeste dos nervos as dores das contracções que indicavam ao João a saída. E esperaste. E esperamos.

Cinco minutos! Em apenas cinco minutos apresentaste o Mundo ao João, o João ao Mundo, o João aos Pais e os Pais ao João. Rápido e eterno, emociante e sereno, tranquilamente arrebator! Tudo parecia normal naquele momento singular onde a Vida tem um rosto, uma voz, um choro assustado pela luz, pelo frio, pelas vozes que já não vêm de longe! Vimos o começo das nossas novas vidas ali mesmo, ainda meio toldados pela adrenalina e emoção. O João voltou para ti, não dentro mas para cima de ti, sentindo a tua pele, o teu cheiro, o teu amor, talvez do avesso para ele, mas do lado certo para nós - hoje, quando relembro esse instante primordial, recordo olhar para ti e ficar confortado com a felicidade e tranquilidade que emanavas, alheada das dúvidas e medos de outrora, perdida no cansaço e alegria de tudo ter terminado e começado. Senti esse mesmo fim e esse começo, num despertar incontrolável de paternidade e de servidão para com o nosso filho e para contigo. Talvez pela primeira vez na minha vida, a Vida fazia sentido, tinha um motivo, estava certa. Depois de choros e preparos o João voltou para ti, para o abraçares e beijares, para lhe disseres "sou a tua mãe!".

(...)

Hoje, cinco meses depois, somos Pai e Mãe de corpo e alma, gozando a sorte e o previlégio de partilharmos as nossa vidas (a nossa vida) com o João e de o ver, saudável e feliz, crescer e sorrir todos os dias.

Hoje, um ano depois, peço-te em casamento, ainda mais apaixonado. Quero-te mais do que nunca nesta vida a dois, a três, na família que orgulhasamente chamo minha.

Hoje, três anos depois, sonho em construir a nossa casa, em morar contigo, em ter-te ao meu lado, dia e noite.

Hoje, sete anos e meio depois, convido-te para jantares comigo, confiando no instinto que me guiou até ti!

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Coisas pequenas

Paro. Olho. Fixo-o atentamente até algo acontecer. Pouco depois acontece. Um movimento, pequeno, discreto...

Observo os pormenores com mais atenção e vou, dia-após-dia, conhecendo as diferenças que nos tornam infinitamente ricos, únicos, raros. Um sorriso, desenhado com traços de pura felicidade, espontâneo, assimétrico, rasga levemente o rosto enquanto denuncia o inseparavel riso, contido por alguns momentos na hesitação muscular.

Todos os dias são diferentes quando estamos a aprender. Todos os dias sabemos o que descobrimos nos dias anteriores, o que fizémos, o que lêmos, as peças outrora distantes que soubémos juntar e que juntas passaram a fazer mais sentido. Mas já não nos lembramos que aprendemos a andar, que aprendemos a guiar os braços e as mãos até ao objecto da nossa momentânea obcessão, que aprendemos a sorrir, sem saber se copiámos esta infinita expressão de quem para nós se ria ou se a descobrimos no livro genético que herdámos.

Um filho. O meu filho. Foi ele que me ofereceu a Vida de presente - e que me mostrou que "fazemos" sentido, nem que seja somente para perpetuar as nossas mais ténuas diferenças. Em troca procuro oferecer-lhe afecto, atenção, cuidados, alimento, segurança e estimulos para que aprenda, ao seu ritmo, a tocar, a apertar, a rir, a comer, a sentir as pequenas coisas que nunca valorizamos ou sequer consideramos.

Aos poucos o João descobre o Mundo e essa alegria sentimo-la todos.

(...)

Somos pequenos ao deixar fugir estes frágeis momentos que por vezes não voltam a existir.

domingo, 6 de maio de 2007

Feliz dia... Mamã

Feliz dia... MamãHoje és Mãe... - olho para ti e, por vezes, ainda me escapa este facto, vital, absolutamente presente nas rotinas quotidianas.

Hoje, embora nem sempre pareça, já não és mais aquela menina ingénua nem um projecto de mulher... hoje és uma Mulher completa, absoluta, com quem tenho a Sorte de partilhar a vida e a Vida.

Hoje és Mãe, recente, mas extraordinariamente preparada para a gestação e a criação, partilhando com o nosso pequeno João as cores, os sons, os cheiros e todas as pequenas mas tão necessárias sensações de Viver.

Hoje ele segue-te com o olhar, fixamente, procurando quem ele conhece como ninguém, quem todos os dias o mima, o ama, cuida dele, o alimenta, o mima mais um pouco, o acalma, o adormece, quem lhe muda a roupa sempre com uma brincadeira mágica tirada da cartola e que fala com ele horas a fio, tendo por vezes como resposta um sorriso em formação, mutante, com um desenho ainda não decorado.

(...)

Hoje, Domingo ainda cedo, estamos à tua espera enquanto dormes, enquanto recuperas energias para o teus tão preenchidos dias. O dia pode até ser parecido com tantos outros, mas terá o especial sabor da novidade, da primeira vez que o João te diz «Feliz dia da Mãe!».

(...)

Hoje... e sempre, serás para mim um farol, projectando a tua Luz nas nossas vidas, mostrando-nos um caminho melhor, mais seguro.

Não só por hoje, mas todos os dias passados e futuros... «Feliz dia!»

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Monstro solitário

Monstro solitário
2007.04.13 18h26 @
Palácio Anjos, Algés, Portugal

domingo, 15 de abril de 2007

Tic tac... tic tac...

O tempo passa!...
Por vezes nem se ouve nada durante vários minutos, até que o sofredor geme, o gatinho mia ou a sucção do chuchar surge tão regrada que simula um pequeno metrónomo escondido no berço.

Hoje o nosso pequeno relógio festeja dois meses badalos, mutantes, crescentes, ricos em alegrias pontuais ou súbitas. Faz hoje dois meses que estamos os dois embrulhados no melhor cansaço das nossas vidas, numa manta de sentimentos retalhando toda a nossa existência num pequeno, muito pequeno, João... o nosso João. Ainda na maternidade ficávamos minutos, horas a olhá-lo, a decorar-lhe os traços, a adorá-lo como um crente ama o seu Deus, a procurar a voz que nos confessasse ter realizado tão magnífica construção numa apenas ligeiramente encurtada gestação.

(...)

Hoje falámos sobre ti, João, como já mudaste as nossas vidas e como estás para sempre marcado em nós, como nos evidenciaste um novo limite de felicidade e realização que talvez um Ser só possa alcançar na Criação. Hoje somos diferentes, somos outros, perto ou longe de ti.

Hoje também tu estás diferente, estás 'crescido', já olhas com atenção, já fixas, já nos fixas, já procuras as nossas vozes na infinitude do mundo sensorial, já nos olhas nos olhos à procura de respostas para todas perguntas que irás formular.

Hoje, quando olhas para nós, olhamos para ti, sorrimos, e especulamos sobre aquilo que podes estar a pensar, sem sequer saber se pensas.

Hoje, quando te abraçamos, sentes o nosso calor, o nosso amor e (re)encontras conforto.

Hoje, quando te abraçamos, sentimos um filho, um amigo, e não apenas um bebé que temos de ninar e sossegar.

Hoje fazes dois meses e nós, renascidos, fazemos dois meses de Nós.

Parabéns João Pequeno, João quase-Pestana, só João, 'Neco, 'Nininho ou qualquer outro nome que encontremos para traduzir a nossa Paixão.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

O próximo D. João (VII), sucessor do Rei "Clemente"

Viva o Rei!
No Castelo Góis vive um príncipe encantado,
o Infante João Pequeno - bochechas grandes e tom rosado.

De tanto ouvir seu pai, D. Vasco, a disparar,
um dia herdará sua máquina para o Mundo fotografar.

( Hoje, de mãos ligeiras, mal agarra as suas fraldinhas,
mas um dia vai crescer, vai ter cá umas mãozinhas!....

Preparem-se desde hoje para um imenso "passou bem",
o Infante João promete apertar como ninguém. )

Com sorte terá uma Nikon bem colada à mão direita,
apertará com a mão esquerda e menor força será feita.

Para já fica a certeza de um trono vir a ganhar,
vai ser Rei, não haja enganos, queira ou não fotografar.

terça-feira, 20 de março de 2007

Parabéns, querida TUIST

Parabéns, TUIST!
Catorze anos passados,
muitos momentos marcados
dentro e fora de mim.

Um abraço sincero, forte,
de quem teve a honra e a sorte
de viver num grupo assim.

Hoje pareço distante
qual afastado, qual errante,
esquecido de onde cresci.

Garanto-vos do coração,
sentir permanente a emoção,
ao lembrar o que vivi.

Sinto que o que ganhei,
é bem maior que o que deixei
é infinito, é imenso.

Por isso hoje festejo,
com a felicidade de um beijo
a fortuna, a sorte e o fado,
de ter estado lado a lado,
com um viver tão intenso.

Dias de Pai

Ontem (ainda há pouco diria hoje), comemorei o meu primeiro Dia do Pai.

Há muito que não dou importância a este dia, em conjunto com outros dias que fomentam a actividade comercial e quase apagam o significado da palavra que defendem. Mas hoje... foi diferente.

Pela primeira vez foi o "meu" Dia do Pai, o meu 33º dia de paternidade, a minha segunda Segunda-feira de "pós"-trabalho, a primeira vez que recebi um email do meu filho (com uma pequena ajuda da mãe Ana, claro está!), um telefonema especial da Joana Afonso que «não queria deixar de me telefonar e dar os parabéns», entre outras pequenas iguarias do dia-a-dia.

Mas o ponto alto do dia foi voltar a casa e, depois das visitas saírem (obrigado Miguel Gaspar por tão bem embalares o João e prima Joana por lhe teres sorrido eternamente!) olhar para o nosso 'caganito', pegar-lhe ao colo, falar com ele, vê-lo procurar a minha voz com o pequeno mas profundo olhar e mimá-lo com o meu corpo, embalando-o com num movimento pendular, suave, quase parado, enquanto os meus braços o vestiam de calor e carinho.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Sentimento perpétuo

Ao teu lado...

Um dia hei-de partir
sem olhar para trás
para ninguém ferir
com o meu olhar moribundo

Nesse dia hei-de sorrir
e sentir que deixei
um legado, um vestígio,
uma herança ao meu Mundo

No sorriso, no choro,
sinto-me perpetuado,
Homem privilegiado
por tais emoções conhecer

Ainda de corpo pequeno,
vais dia-a-dia vivendo,
vais dia-a-dia crescendo,
para que possas também um dia
esta imensa alegria sentir -
fazer a Vida acontecer.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

João 'Quarto de Lua'

Joao 'Quarto de Lua'

«Acorda!... Acho que é desta». Nem sabia bem ao que ia, julgando que por ter três sobrinhos "bebés" conhecia as sensações que me esperavam...

Hoje, com apenas seis dias contados a partir do dia de S. Valentim, enches a minha vida com uma tal imensidão que mal me consigo lembrar quem era antes de ti; mal consigo imaginar a minha felicidade ignorante do teu olhar, dos teus gemidos, dos teus choros, do teu cheiro a bebé, das tuas grandes mãos que envolvem e apertam o meu dedo com medo que ele fuja.

Ainda desconheço uma forma definitiva de te descrever, de desenhar a nossa nova família com as linhas contrastadas do esboço que ainda és e de a pintar com as mais belas cores do espectro "visível"... acho que tens o calor do infra-vermelho e a descrição do ultra-violeta, ocultando os tons do que um dia hás-de ser.

Hoje, estás ao meu colo, dormes, sonhas, e eu sonho contigo. Amanhã terás uma semana de Vida. O Sol irá nascer, a Lua irá narrar-nos a mecânica das suas fases, mas nada será igual, nada será tão quente nem tão brilhante como ter-te colado ao meu corpo e ver-te crescer.

Querida Ana, ainda estou a acordar!...