quinta-feira, 25 de novembro de 2004

Unidos para sempre?!?

É estranho confrontarmo-nos com o final das coisas, ou simplesmente com a mais ténue ameaça de um desfecho não desejado.

Como funcionam os grupos? Como funciona o MEU grupo? Quem faz andar para a frente?, quem vai a reboque?, quando é que a estagnação é por demais evidente que o tempo parece não passar?

É realmente impossível pensar no dia em que não me será possível tocar a "Vida de Estudante" numa roda de pessoas, com os instrumentos mais ou menos orgulhosos sobre o peito e as cordas mais ou menos afinadas nos carrilhões. Os trastes por vezes estão gastos, as cordas esverdeadas de alguma oxidação, mas mesmo assim o resultado é música, é amizade, é convívio, ... sou eu!

Imagino-me repetidas vezes a voltar do trabalho, ir jantar a casa (beijo a Ana, beijos e agarro ao colo os filhos) e, para passar serão, levo os miúdos a um ensaio (ou apenas parte dele, para eles não se cansarem) da TUIST, onde consigo ainda acompanhar algumas das músicas enquanto sinto um misto de espanto e orgulho no que o «pai está a fazer»!... Pode ser uma ilusão, mas adoro projectá-la para o futuro, o meu futuro. Quero que eles conheçam os meus amigos, onde cresci (e cresço), onde vivi (e vivo), onde me tornei e volto a tornar Homem com o remar simultâneo de tantos braços e dedos e vocês a trabalhar como um mecanismo de um relógio ancestral, que espantosa e milagrosamente só se atrasa uns segundos por ano - e por isso, todos os anos é preciso olhar para ele, conhecer o atraso e corrigi-lo, dando-lhe de novo o dom da actualidade.

Não me imagino a voltar a casa e não ter Tuna, não ter TUIST, não ter essa parte do coração que tão bem sabe bombar o sangue para artérias jamais irrigadas. As memórias estão cá, mas precisam de calor continuado para que não sejam apenas memórias do passado, para que sejam cadeias de recordações de momentos e acontecimentos desde a minha génese tunal até ao presente, hoje, sempre.

Por vezes não sei o que tenho ou posso fazer, mas sei que tudo farei para não te perder. Este "ensaio" é apenas um começo, um desejo de presença e de concretização na construção de algo maior e melhor! Sei que quero estar unido para sempre a TI, a vocês, a esta parte de mim que faz tanto sentido e é tão grande que por vezes ocupa tudo o que eu sou!...

Comecei a escrever para mim, mas estas palavras só terão sentido se forem NOSSAS, do grupo, da TUIST.

Um por todos e todos p'la TUIST.