quinta-feira, 13 de maio de 2021

Tempus fugit

Voltei ao blog - voltei à Caneta Digital! Dois anos e meio em silêncio, longe daqui... e às tantas longe de mim!

Não tenho tema específico, mas quis apenas escrever, voltar a escrever, documentar algumas novidades e procurar "reativar-me", para ver se não demoro dois anos a cá voltar. Vou, por isso, escrever sobre o "o João, o do meio e o outro", os meus três filhos que preenchem a casa e a Vida e que tanto nos ajudaram a manter a "normalidade" nesta pandemia tão extraordinária que tornou a nossa casa numa habitação realmente permanente!!

 

O João já não é uma criança - é um miúdo feliz e bem-disposto, cheio de humor, alto, magro e musculado, que acompanho nos treinos de Taekwondo duas vezes por semana. Começou a tocar guitarra há cerca de um mês e tem tocado todos os dias. Já sabe umas músicas que o Youtube lhe ensinou, mais viradas para o rock - Green Day, Scorpions, Metallica e outros congéneres! Embora tenhamos pena de ele ter deixado de tocar piano, para o qual tinha uma notável capacidade e sensibilidade, a verdade é que nunca tocou com tanto gosto como toca agora na guitarra - a minha Sigma, por sinal, que de minha já tem pouco ou nada!

O Henrique é também bem disposto, frequentemente feliz, embora mais introvertido do que era há uns anos - quem diria, hein?!? Adora ler os seus livros do Diário de um Banana ou similares, levando-os todos os dias para a mesa enquanto come, alheado do que se passa à volta (há vícios piores!...). Quer ir atrás dos amigos para todo o lado e por isso agora está a ter aulas de guitarra com o Francisco 'Nori' Noriega, às terças-feiras depois das aulas, na antiga Casa da Árvore. Amanhã vamos comprar-lhe uma guitarra Admira 3/4 em segunda-mão (via OLX) para ver se ele cumpre o prometido - que se tivesse uma guitarra mais adequada ao tamanho dele, "como a do Nori", que tocaria mais vezes por semana!... Veremos, mas não custa tentar!

O Pedro, o mais recente da ninhada, é um poço de felicidade e animação, cheio de brincadeiras que aprende na escola ou que - sem qualquer pudor - rouba aos irmãos mais velhos como se tivesse a idade deles. "Conheces o Joe? Qual Joe, Pedro? O Joe Mama!!!". E assim vai repetindo (ou papaguiando) as loucuras dos irmãos, rindo e contagiando-nos com a espontaneidade e irreverência que nele transbordam. Soma-se um volume quase infinito de mimo que nos exige mas que devolve em dobro,  embrulhado em beijos e abraços, e resulta uma família mais completa pela presença do "caganito". Adora identificar e desenhar letras, desenhar e pintar, ouvir histórias, brincar ao faz-de-conta, tomar banho, ajudar na cozinha, andar de bicicleta e claro, sempre que pode, ver televisão - algumas séries que pode ver com os irmãos ou os Power Rangers, os heróis dos últimos meses!


Todos dormem, incluindo a Ana que confundiu novamente o sofá com a cama, enquanto escrevo estas linhas na sala. Mas é quase uma da manhã... chegou a hora de me juntar a eles...

domingo, 30 de dezembro de 2018


(in)finito

Hoje, ao despedir-me da Praia do Baleal, soube que te tinhas despedido de uma parte de ti. Parei, gelado, por ti e pelo teu irmão, querendo abraçar-te em silêncio e chorar contigo as insuportáveis dores que todos estamos destinados a sentir.

Lembro-me bem quando soube que te arrancaram outro pedaço, sem dó nem piedade, sem misericórdia. Ontem foi certamente igual e igualmente injusto. Não posso - não quero! - imaginar não poder dizer adeus... pois a verdade é que não estando preparados fica sempre um adeus - um obrigado - por dizer! Mas nunca estamos preparados!... (senti-o com a partida da minha Avó, que tardei em visitar para lhe dizer quanto a queria comigo para sempre!...)

...

Deixo-te o que senti ao contemplar a praia imediatamente antes de regressar a casa - paz e serenidade perante o infinito oceano que de tão imenso nos confunde com mais um grão de areia. E nesse infinito, de tão grande, cabemos todos, os de hoje e os de sempre, os da matéria e os das memórias.

Grande abraço, irmão CNM

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Faz hoje 15 anos que concluí a licenciatura, com a apresentação e discussão do trabalho final de curso. Já trabalhava desde 1 de Agosto, tinha iniciado a pós-graduação em Transportes 10 dias antes, mas foi nesse dia que fechei o primeiro grande capítulo da minha vida... para logo de seguida escrever (contigo) muitos outros.

Não tínhamos casa, mas já estávamos a 'namorar' a zona que nos acolheu; não tínhamos nenhum dos três filhos que hoje tanto nos preenchem e completam, mas sabíamos que a primeira filha chamar-se-ia Mariana! Sabíamos que queríamos viajar e conhecer o Mundo. Sabíamos que já tínhamos Amigos para sempre, achámos que não íamos casar (era moderno só 'viver junto').

Hoje, depois de vivermos juntos há 14 anos, de estarmos casados há 12 anos, de sermos Pais há 11 anos, de termos mudado de casa, de termos mudado de empregos, cargos e funções, de termos trocado os Transportes pela Mobilidade, de termos conhecido algumas cidades do Mundo - juntos ou separados - estamos melhores!

Há 15 anos fotografei-te assim... igual a hoje... (caramba!... o tempo não passa mesmo por ti!).


Como serão os próximos 15, 30, 45...? ;-)

Nighty night! Sleep tight!

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Janafa rules

Escrevo pouco - muito menos do que devia -, mas há dias e dias, pessoas e pessoas. E tu Joana é uma das pessoas que merece, muito!

Janafa - há quase 22 anos entrei na faculdade para pouco depois te conhecer. Entre loucura, energia e determinação encontrei um miúda cheia de vida, rica em ideias, recheada de projectos e vontades, capaz de passar dos sonhos à acção e de construir momentos e memórias. Envolta em muita musicalidade, a nossa amizade foi ganhando forma e robustez, daquela que atravessa barreiras, dificuldades, anos e distância.

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Pouco depois estávamos a passar um fim-de-ano tunal, cheio de música, de boa disposição, alheios a qualquer dificuldade, só atentos à Felicidade e aos Amigos. Lembras-te? Sim, já fomos novos!!!




















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No dia em que fui viver com a Ana - 31 de Julho de 2004 - fomos juntos ver os The Swingle Singers (julgo que no Estoril ou em Cascais) - para depois abrir a porta da casa onde acabei por casar e ver nascer o meu primeiro filho. Lembras-te?

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Há 9 anos estava lá, na Xafarica, como sempre tento estar, partilhando contigo a minha vida e deixando-te entrar na minha. Estavas feliz, ao rubro! Não é sempre assim que te vejo - também és a Joana calma, sonhadora, criativa e disponível para quem te chama, mas nesse dia só querias festejar, com Família e Amigos.



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Sábado passado também estive contigo, com a Ana, rodeado de filhos e filhos, nós mais maduros, mais preenchidos mas com tanto para ver e fazer. Giro de ver - e mais importante - ainda a saber sorrir, de olhos virados para o Sol e para o Mar, com sempre gostaste!

Joana Afonso 39 e muitos

Hoje fazes 40 anos, mas para mim fazemos quase 22 anos de Amizade, de partilha, de acordes e melodias que ressoarão para sempre. Hoje é o teu dia, mas há um bocadinho que também é meu!!!

Mil beijos, Janafa - Parabéns! Que tenhas um dia à tua maneira!!

sábado, 5 de setembro de 2015

Grande moral

H: Mãe?, - mostrando a mais recente construção de LEGO - isto está óptimo ou está perfeito?!?

A auto-estima do rapaz não tem limites!

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

domingo, 7 de junho de 2015

Ao fim do dia

Por pouco hoje não fotografava!

Levei a máquina comigo - como quase sempre o faço -, mas passei grande parte da tarde agarrado a um produto sem pilhas, sem baterias, sem ecrãs, sem botões, sem cartões de memória onde se pode escrever e reescrever o presente.

Sem fugir da fotografia hoje estive a ler um livro sobre a história de Sebastião Salgado, alguém de quem admiro o trabalho mas nada mais sabia a seu respeito! «Da minha terra à Terra», uma viagem desde um local remoto em Minas Gerais, onde nasceu, para se tornar um documentador do Mundo! É fantástico conhecer um pouco da pessoa e da forma de trabalhar que consegue dar vida ao papel, apenas com tons de cinzento escolhidos a rigor entre o preto e o "nada" que deixa revelar a palidez do papel.

Vou a meio do livro, mas sei que não tardarei a terminá-lo!


No final do dia, pouco antes de sair da Ulgueira, uma flor chamou-me, num momento verdadeiro que, ao cair da noite, já não têm raios de luz mágicos ou sombras que agigantam o tamanho dos mais pequenos seres. Sem ilusionismo nem feitiçaria, vi uma flor, uma borboleta, uma carantonha assustadora, um louco de óculos escuros e bigode, seguido por um fiel e leal súbdito, mais baixo, mais pequeno, mas sempre próximo e presente. E nesse momento fui buscar a máquina, tirei-a do saco, preparei-a para o "retrato", baixei-me, olhei, mexi-me, olhei, esperei, pensei, olhei, decidi e disparei.

Não revi a fotografia no local, não quis ser "moderno"! Quis antes ser como ele, como o grande Salgado que viajara meses sem poder ver os segredos que os seus olhos guardaram numa esquisita emulsão química, mágica e sinistra, reveladora de um passado não repetível. Naqueles dias, a decisão era tomada antes de disparar, não depois de "testar" e olhar para o pequeno ecrã que ajuda mas que vicia, que inibe uma enorme exigência e a máxima atenção ao momento. Não me quero comparar a ele (quase poderia dizer Ele), quero apenas (re)aprender a pensar a fotografia, a gerir quando não disparar, a saber antecipar quando o momento não valerá a pena!

Pode ser uma simples flor, mas para mim hoje valeu a pena esperar! E irei olhar para esta flor quando lá voltar, e irei perguntar-lhe o que mudou desde o dia em olhei para ela com olhos de ver.