domingo, 23 de novembro de 2008

Na porta ao lado

Aos poucos vou dizendo adeus às paredes e cantos, às luzes e sombras, aos ecos dos passos descalços. Já não falta muito! Já falta muito pouco, aliás!

As estantes estão já arrumadas, com os livros ordenados por altura e profundidade, para facilitar o transporte. As tralhas diversas que vamos acumulando sem saber porquê vão sendo colocadas no lixo, devolvendo às estantes e prateleiras o ar jovial de outrora, limpo, estético.

Começo a olhar para amanhã e procuro o que deixarei para trás, os sonhos de uma casa feita à medida; o colchão que ainda dormiu no chão; as janelas tanto tempo despidas; a aparelhagem que dominou a sala, o quarto do fundo que se tornou o quarto do João; voltar para casa da maternidade com um filho, pequenino, deitado no ovo, e vê-lo adormecer no nosso quarto; oferecer ao João o seu quarto, azul, para nele sonhar e crescer; trazer, após tanto tempo, cortinados para as janelas e... do nada... trocar de casa para ir morar na porta ao lado. Luto, cá dentro, à procura de um novo equilíbrio, de um novo sonho!...

Mas sei que depois de amanhã, quando olhar para trás, terei ainda mais sonhos sonhados e outros tantos por sonhar, memórias vividas e divididas entre estas duas portas que hoje parecem tão distantes.

É um passo para a frente, para uma vida melhor, mas está a custar muito sair desta tão nossa aldeia para a grande cidade, largar os animais e as plantas em troca de uma casa 'apenas' maior. Mas valerá a pena, e temos todo o tempo do mundo para que a nova casa seja não só maior mas também melhor, ainda mais nossa, ainda mais quente!...

sábado, 22 de novembro de 2008

Fazes-me falta

Manhã solitária

Acordei. Fui acordando, fugindo à rotina de lutar com os minutos que passam.

Silêncio. Apenas silêncio, estranhei. Lembrei-me que estávamos sós, que ninguém dormia para além de nós, que o quarto do fundo estava vazio. Virei-me novamente, gozando o prémio da solidão.

Sai da cama e fui correr os estores, deixando a luz da manhã desenhar o chão e as paredes de luz. Adoro estes breves minutos de invasão solar, sinto-me quente. Deixei a casa mais colorida e fui comer, embora sem fome.

Ainda silêncio. A Ana dorme - adora dormir. Só oiço o bater das teclas e vestígios da minha tosse. Tirando isso... silêncio. Paro à minha procura, palavras certas que descrevam o que sinto... mas sinto pouco.. ainda estou a acordar.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Benvindo, Duarte

«O mundo ficou, sem dúvida, um lugar melhor!

Muitas felicidades para os três, nesta nova aventura que, dia-após-dia, trará surpresas e sustos, risos e choros, alegrias sem fim num conto de histórias infindável e infinito.

Esta viagem não tem fim, não tem destino, não tem caminhos traçados - eles vão-se traçando em cada dia, em cada expressão, em cada gesto, em cada som, em cada palavra, mostrando todas as alternativas que a Vida reserva.

Desejo-vos aquilo que desejei para nós mesmos... muitas felicidades nesta nova etapa - que mais parecerá uma nova era de tão revolucionária.»