terça-feira, 20 de agosto de 2013

Maputo, banhado pelo Índico!

Depois de quase onze horas encarcerado dentro de um avião, aterrámos em Maputo, uma tão distante cidade capital onde se fala um tão próximo Português. Ainda na manga entre o avião e o terminal, reparei numa placa que tinha as coordenadas do local... algo como 25° 58' S 32° 35' E, tão diferente das conhecidas e reconhecíveis 38°43′0″N 9°10′0″O da Cidade de Lisboa.

Já de noite, fomos recebidos no aeroporto com um caloroso sorriso do nosso anfitrião, esquecendo por momentos o corpo macerado da longa e incontornável viagem. Meio tontos, esperámos pelas malas de porão, igualmente nauseadas da viagem e das tantas voltas nos tapetes rolantes.

Em dois carros separados, nós os quatros e as malas acompanhantes fizemos uma curta viagem até ao Hotel Southern Sun Maputo, na Avenida da Marginal 4016, Maputo 4353 (antigo Holiday Inn). Depois de um curto
diálogo como empregado do Hotel, lá ganhámos a possibilidade de dormir no hotel, mesmo de depois de as nossas reservas terem sido anuladas por engano - ao encurtamos a estadia neste hotel a reserva foi totalmente anulada, sem conservação da primeira noite em Maputo. Lá se resolveu o assunto, ficando como única cicatriz a a separação dos quartos... três no segundo andar, bem distribuídos, e eu de vigia ao terceiro andar, sozinho.
Pelo caminho, entre a espera pelos novos quartos, falei para casa e falei contigo, Ana, e com os miúdos, ouvindo a doce voz do Henrique a perguntar porque é que não estava em casa, e o João a comentar, quase em tom de gozo, que os meus óculos escuros "perdidos" estavam na caixa do correio, onde "eu" os tinha guardado. (Apenas passaram doze horas, mas as saudades são já perceptíveis, marcadas e vincadas pelos quinze dias de férias que passámos juntos, próximos, em contínuo...)

Pousámos as malas nos quartos e rapidamente descemos para tomar um copo. Felizmente lembrei-me de me perfumar com repelente roll-on e de levar o micro boião de creme repelente que o hotel dispôs na casa de banho, ao lado do sabonete e do gel de banho - rapidamente o creme foi solicitado para que não fossemos jantar de ninguém. Somámos às bebidas - Coca-Cola Light para mim, se faz favor! - um prego sem manteiga que veio acompanhado de umas magníficas batatas fritas com a possibilidade de serem mergulhadas num molho de pimentos verdes moídos, levemente picante.

Hotel Southern Sun Maputo
Hotel Southern Sun Maputo (fonte: http://www.rhinoafrica.com)

Entre golos e dentadas, reparei na serenidade da última hora, como se, embora em trabalho, esta terra estivesse livre de pressão, de 'stress', como se aqui fosse mais fácil ser-se feliz. Não sei se é preconceito ou foi uma sensação autêntica, mas amanhã e depois terei a possibilidade de verificar. Ao fundo, encoberto pelas conversas que tivemos sobre as anteriores viagens de cada um e sobre os grandes objectivos da nossa presença em Maputo, ouvi uma voz, inesperada, rouca. Alguém me chamou a atenção - «é o Índico! Já tinha visto o Índico?».

E então apercebi-me da viagem que estava a fazer, conhecendo novas gentes, novas culturas, novas terras e um novo oceano!

2 comentários:

Ana disse...

Depois de 11 horas de avião deve ser mesmo uma cidade especial, para conseguir essas emoções! Beijinhos de todos cá de casa

Ana disse...

Depois de 11 horas de avião deve ser mesmo uma cidade especial, para conseguir essas emoções! Beijinhos de todos cá de casa