quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Eu sou pequenino, eu sou um gigante!...


Há seis anos atrás - mais hora, menos hora - estava a deitar-me como se fosse a primeira vez, como se nunca tivesse dormido, como se tivesse nascido assim, adulto. Peguei-te na mão, mínima, escondida entre as roupas que afinal estavam grandes, acariciei-te a pele e olhei-te sem pressa, sem noção do tempo, sem saber onde estávamos, se era dia ou noite. Nada fizeste; não olhaste para mim, não devolveste a carícia, não respiraste mais intensamente, mas também não o esperava. Só queria que soubesses que estava ali, pronto para ser teu, para sempre.

Dei-me, sem querer nada em troca. Senti, naquele ínfimo mas infinito momento, que tinha tudo o que se pode ter, que qualquer desejo seria ridículo comparado com o que tu me estavas a oferecer. Perdi-me em ti, tornei-me em "nós" de uma forma que ainda hoje me espanta e surpreende.
Hoje, mais habituado à felicidade que me vens trazendo, tenho a sorte de multiplicar essa sensação numa escala sem precedentes, partilhando a novidade e a descoberta de ser Pai com o teu irmão. Vejo-vos juntos, a brincar um com o outro ou simplesmente a partilhar as paredes enquanto viajam por terras diferentes, e sei que são Irmãos... não porque têm os mesmos Pai e Mãe mas porque se sentem mutuamente, preocupam-se, zelam pelo bem estar do outro muito antes de nós, Pais, repararmos que precisam de ajuda ou carinho.

Hoje, enquanto comemorávamos o teu sexto aniversário, no momento em que sopraste repetidamente a vela mágica, guardei-te embrulhado no meu abraço, aquele abraço que partilho apenas contigo. Pelo canto do olho vi a teu Mãe, segurando o teu irmão nos braços, pequeno, reguila, igualmente único e especial, igualmente feliz e mimado, mas tão, tão diferente de ti...

Hoje, seis anos depois de ser Pai, vejo em ti e no Henrique o melhor da Vida, sei o que posso e quero fazer. Quero ajudar-vos a escrever as linhas de um futuro que, embora incerto, será certamente marcado pela felicidade e pela alegria de ser vosso, de vocês serem meus, e de juntos, os quatro, sermos o "nós" que tão bem sabemos ser.

Este dia foi teu, mas como cada dia teu, foi também meu, da Mãe, do Mano e de todos os que têm a sorte de partilhar a Vida contigo!

Parabéns, João, por teres chegado tão longe em apenas seis anos, e te teres tornado um gigante na minha/nossa vida!

Pai!

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