terça-feira, 20 de agosto de 2013

Maputo by day

Ontem não tivemos tempo para ver a luz de Maputo. Hoje, para compensar, o despertador tocou às 6h45 - a recepção achou melhor ligar quinze minutos antes das 7h00 combinadas -, indo o Sol já bem alto, longe do horizonte que indica o oceano. O Sol nasce pelas 5h30 e combinei com ele um encontro para Sábado, por cima do azul do mar.

Acordámos no Southern Sun Maputo e, de malas não desfeitas, tomámos banho, descemos para o pequeno almoço (bem bom!) e despedimo-nos do simpático hotel para rumarmos ao Polana Serena Hotel, na Avenida Julius Nyerere, palco de alguma cultura tradicional.



Numa rápida tocata e fuga, deixámos as malas na recepção (o hotel estava cheio e o check-in só poderia ser feito a partir das 14h00) e fomos para a primeira das muitas reuniões do dia, na Baixa da cidade. À saída, o simpático porteiro deixou-se captar com todo o seu esplendor, toda a sua história, todas as suas histórias...



Já na zona baixa de Maputo, começamos a ver a Cidade como ela é, viva, dinâmica, cheia de movimento e de olhos atentos passagem de "tão distintas figuras".



Na Praça dos Trabalhadores, onde habita a estação dos CFM - Caminhos de Ferro de Moçambique -, o cenário era de agitação, num frenesim sem agitação nem confusão, mas ainda assim frenesim.



As cores de Moçambique tomam forma nas suas viaturas oficiais, os táxis e as motoretas (esqueci-me do nome local deste espectacular modo de transporte individual...).



Mas é nos autocarros - os chapas - que a maior parte das pessoas se desloca: sejam os oficiais, os semi-oficiais ou os assumidamente informais, eles gerem a mobilidade da população, com cuidados de segurança muitas vezes preocupantes... (não quero deixar de assinalar que o "pendura" do Mahindra é, certamente, um cidadão informado).



Na hora da refeição, ao meio-dia solar e do relógio, o cenário é de uma tranquilidade inquietante - comer na rua é normal, longe dos restaurantes inacessíveis à maioria / quase totalidade da população.



A comida pode vir de casa ou ser comprada no local, tirada quente de uma monumental e industrial panela para uma marmita descartável.



Outra opção é ir ao mercado, como o Mercado do Povo mesmo em frente do Conselho Nacional, onde se pode comer o prato que perfuma (intensamente) o ambiente.



Ainda no mercado, para quem prefere preparar comida em casa, há todo um manancial de elementos nutritivos, como malaguetas, camarões fritos e pó de amendoim.



A beleza desta terra é a simplicidade com que a vida acontece, aparentemente sem tabus, sem demasiada pressa, sem estresse...



No final de um dia de trabalho, em que visitámos as zonas mais saturadas de Maputo, conseguimos fazer um pequeno desvio para ver as obras e os artistas do Núcleo de Arte, onde o Kass Kass deixou-me captar a sua "fotografia pictórica" de uma feira semanal.



No final do dia, no final da luz solar, voltámos ao hotel, subimos para os quartos, descansámos uma hora (deu para tirar a roupa da mala e pendurar os tecidos vincados nos cabides) e voltámos a sair de gravata, rumo à casa do Sr. Embaixador, que gentilmente nos recebeu e nos acolheu, não só fisicamente mas ao projecto e parceria que viemos plantar.



O jantar passou a correr, fruto de tão boa conversa e companhia, e voltámos (de vez) ao hotel. A noite pediu mais um pouco da nossa companhia e, acedendo, ficámos a conversar nos sofás virados a Oriente, de novo a olhar para o Índico, comentando o dia e aproveitando o momento descontraído para .... descontrair.

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