domingo, 12 de outubro de 2008

Pura sorte!...

Olho para a frente e vejo contornos de mim, a poucos passos de onde estou.

Paro - tenho tempo para parar!...
 Olho!...
  Espero!...
   Contemplo!...



... e guardo este momento só para mim!

Continuo sem pressa! Paro novamente e escuto uma outra dança - num ensaio repetitivo, levado à perfeição - do bater das ondas nos pequenos seixos da praia. Procuro o ruído, mas não o encontro... só há música, ténue, vestida de silêncio até ao horizonte.

(...)

Acordo. Fui acordado! Oiço a voz infantil que tão bem conheço, desde sempre. «Papá, papá!», e saio do meu pequeno sonho! Foco o finito e encontro-os, parados num abraço esculpido pelo tempo e pelo encontro de uma mulher consigo própria.

Paro novamente, desta vez sem tempo para pensar, porque a Vida está a ser vivida e um segundo depois será outro momento. Baixo-me, procurando vencer a distância que nos separa, e sem hesitar guardei mais esta recordação...



(Tive sorte! Tenho sorte! Não procurei muito!... Aliás, não procurei nada! A sorte procurou-me e ofereceu-me a Vida!...)

1 comentário:

miguel disse...

lindíssima fotos...lindíssimo texto.
E esse pequeno Móra tão crescido já.